sábado, 1 de novembro de 2008

Torrente.


Dias difíceis. Sem um motivo aparente, alguma porta se abriu e um vento forte, uma avalanche, uma correnteza destruidora passou por mim. Explicar não sei. Só que foi de repente, três ou quatro palavras bastaram e a vida que corria morna, tão fácil nos trancos do dia-a-dia, passou a ficar doída.


Nem sei explicar porque tomou esta dimensão, nem porque ainda não passou. Eu nem estava pensando, seguia minha rotina, tanta coisa para fazer! Estava muito ocupada com as coisas corriqueiras que até achava bobo pensar que algo não andava dando certo. Não dá para mentir, senti algumas alfinetadas. Quem um dia não experimentou chegar em frente ao espelho do banheiro e ao botar o olho no espelho encontrar alguém te olhando com um ar de desaprovação? E numa fração de segundos, muda tudo e a gente pega a escova de cabelos e começa a pensar no que vai fazer logo depois, no horário do ônibus, se o celular já carregou e o pensamento vai te levando para longe daquele primeiro olhar, daqueles olhos magoados que te cobravam algo te pediam explicações...


Devo ter fugido muito destes momentos, só pode!

Se não fosse assim não teria saído desta forma tão torrencial, tão erosiva.

Hoje ainda não achei a saída. Acredito que por mais que esteja dolorido todo o trajeto percorrido por este rio deve ser bem melhor do represá-lo.

Hoje ainda doi, amanhã vai ser melhor.


É muito estranho este recurso de não encarar de frente as coisas para não sofrer, ou para ser querida e amada por todos. Quando isso começou? Nem lembro. Só que também não sei outra forma de me posicionar. É como se não soubesse outra maneira, sempre foi assim. E agora?

Quando começo a enumerar, agora pensando de forma ordenada, vejo que tem tantos momentos que eu uso este método. Parece até um vício!


Por hoje é isso. Semana que vem teremos mudanças. Espero que até lá as coisas estejam mais controladas, ou não! (rs)

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